sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A história com diagnóstico e prognostico


A história com diagnóstico e prognostico



PDF 579


A história clínica do paquiderme norte-rio-grandense foi descrita e analisada por médicos. O paquiderme foi investigado de Natal/RN a Mossoró/RN, com uma passagem pelo Seridó. Foi vasculhado da tromba até o rabo, passando pelas patas ajuntadas, com duas cruzadas em Cruzeta/RN e duas emparelhadas em Parelhas/RN. Em seu dorso, talvez a origem da causa, de tantas dores nas costas, onde está escrito Macau/RN, coisas de origem chinesa. Quem sabe uma acupuntura resolva. Antes de todos os sintomas serem manifestados, haviam índios com flechas, espetando seu corpo.

Os Novos escribas, com suas editoras e caligrafias, cercaram-se de uma junta médica. No estilo das primeiras aulas de anatomia, participaram de uma mesa, com um público sentado, em forma de arena ao redor, acompanhando as dissecações do corpo sobre a mesa. E as dissecações foram feitas em histórias e livros, escritos e narradas por médicos, prescrevendo suas ideias. Médicos que abandonaram jaleco e consultório, para fazer foco nas linhas e letras. Trocaram o bloco de receituário por inúmeras laudas. Fizeram ausculta e investigação dos históricos familiares e hábitos de conduta. E como todos os médicos depois de escutar os pacientes, indicam uma MDH, uma mudança de hábitos. O remédio está na literatura e nos livros, confeccionados com troncos e caules de ervas diversas. E pedem um retorno depois de alguns dias, para fazer uma revisão. A história individual de cada paciente, e a história de uma cidade, nunca termina, está sempre em evolução.

Com estetoscópio e aparelho de pressão, a população logo reconhece um médico, que também fazem outras investigações. Investigando além do corpo humano, pode investigar a cidade. E com esteto e esfig, de um modo mais investigativo e mais apurado investigaram e analisaram a sociedade, que está a sua volta. Uma sociedade formada ao longo da história com momentos de indisposição física e depressão. Vírus de outros pontos do planeta desembarcaram nos portos, correndo nas veias e no ar da respiração. Muitos ratos vieram no porão, e desembarcaram pelas cordas da embarcação.

A investigação foi profunda. Desde as conversas nas esquinas aos arquivos de institutos históricos. Conversas de varandas, arquivos e alpendres. Conhecimentos de eiras e beiras. O que não está na fala do povo, está em arquivos. Investigaram desde o período de gestação, infestada de matas e índios, aos problemas atuais, de ouvido nariz e garganta. Com direito a anestesia de gestante e anamnese.

Fizeram uma análise sistêmica, ouviram queixas, identificaram sinais e sintomas. Fizeram uma análise sempre por no mínimo dois ângulos, e talvez 33; aqui e ali, lá e cá, portugueses e holandeses, governo e povo; vencidos e vencedores. Interpretados e interpretadores. Analises externas e internas, as análises daqueles que vivem em um território e daqueles que controlam os territórios, a visão dos descobertos e dos descobridores. Com um ambu na mão investigaram a história, prevendo intercorrências, de cenas hipertensas e povos hipotensos.

Na plateia um grupo multidisciplinar com diversas especialidades, do ouvinte ao plantonista do ambiente médico e cirúrgico. A junta acadêmica estava formada. Na plateia farmacêuticos, fisioterapeutas, acadêmicos e controladores pecuniários. O apresentador, chefe da casa cirúrgica, ofereceu a sala e estabeleceu-se como ouvinte, para entender seus sintomas.

Na cidade de Natal foi feita uma profunda anamnese, desde os seus tempos gestacional com vírus europeus de influências diversas. Também vieram as bactérias virulentas. Espanhóis chegaram com suas gripes, holandeses com suas limitações na visão. Portugueses com laringites e faringites, de tamancos e chinelos. Suas mentes chegaram infestadas de Descartes e Maquiavel.

E um par de médicos otorrinolaringologistas, pai e filho, chegaram para interpretar os arquivos, pensava-se ser um neto ou um filho, mas era um livro. O pai, além de medico é exímio canhoneiro; para evitar novas invasões mantem um canhão armado na praia, mirado para a linha do horizonte.

Receitas medicamentosas foram apresentadas, bem como, também, receitas de carne de gente, assada ou moqueada. Como atrair e capturar a caça. Como preparar o fogo no meio da mata, como escolher os galhos para fazer grades e forquilhas, como dividir por partes. Receitas históricas de como assar homem branco, escolhendo as melhores partes para serem apreciadas. Como por exemplo a parte conhecida como tabaqueira, na anatomia humana, uma carne saborosa e macia. Os índios eram bons em anatomia, no estilo marchante[1] ou açougueiro. No estilo cozinheiro assavam e consumiam as fisiologias. E no estilo psíquico adquiriam os comportamentos de suas presas e vítimas.



Em 19/02/2016

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN



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Em 19/02/2016

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[1] Profissional responsável pelo abate de animais e o corte das partes, termo utilizado no interior do RN.