segunda-feira, 24 de junho de 2013

INOVADORES, LOUCOS E PETROLEIROS


 

INOVADORES, LOUCOS E PETROLEIROS

 

O contorno geográfico do estado do Rio Grande do Norte lembra a silhueta de um elefante, tal como a Suíça. Há uma história indiana que diz que o mundo está nas costas de um elefante. No estado do RN, diversas cidades remetem ao nome de lugares, cidades, estados e países [“O Elephante de Shiva”. R. Cardoso: Jornal O Mossoroense, Mossoró/RN em 07/11/12]. Na Suíça encontramos sedes de representações mundiais, instituições com âmbito e ações internacionais, como a Cruz Vermelha, a OMS – Organização Mundial de Saúde, a OMM – Organização Meteorológica Mundial e outras, além de ser conhecida como paraíso dos depósitos bancários. Se a Suíça fica a maior parte do tempo coberta de neve, tornou-se um elefante branco. O elefante do futuro passa a ser o RN.

Consta na história e na trajetória de vida de Virgulino Ferreira, o Lampião (1897- 1938), que em suas andanças pelo sertão nordestino, teriam ele e seu bando, descoberto um líquido escuro e viscoso de fácil combustão, supostamente petróleo, visto que, hoje é encontrado e explorado em território norte-rio-grandense.

Todo aquele que pertença a um grupo de homens que atacam e roubam com violência é considerado pela lei como um bandido (Eric Hobsbawm, em Bandidos, 1969). Ainda seguindo o texto de Hobsbawm, Lampião teria sido participante de um banditismo social, um fenômeno universal na história. Formando rebeliões individuais ou minoritárias em ambientes camponeses, diferenciando-se de ladrões comuns. O banditismo torna-se um fato crônico em momentos de pobreza ou crises econômicas. Então conclui-se que em situação de fase aguda, em momentos de crise momentâneas e desestabilidade, é facilmente observado e  detectado ladrões comuns.

Pancho Villa no México é um exemplo de banditismo. Robin Hood, na Inglaterra, roubava dos ricos para dividir entre os pobres. As sociedades tribais vivenciaram as pilhagens. Hoje conhecemos e convivemos com os saques e arrastões, até em ações contra a lei há inovação.

Monteiro Lobato, viveu no início do século XX, e construiu um mundo de sonhos e de imaginação, alimentando o sonho de gerações, nos livros e na televisão, uma obra literária voltada ao público infantil. Uma obra com folclore, cultura, características e hábitos interioranos brasileiros.

Lobato foi um visionário fundando a primeira editora de livros nacional. Criou um sonho nacionalista, e formou uma expressão: “O petróleo é nosso”, favorecendo o início de campanhas de partidos, e de movimentos sociais que resultaram na criação da Petrobrás, em defesa das reservas de petróleo nacionais. Por sua expressão enfrentou perseguições e preconceitos, foi criticado perseguido e preso.

Em alguns momentos da história brasileira a população já foi às ruas em defesa do petróleo brasileiro e da soberania nacional com o slogan lobatiano “O petróleo é nosso”, sofrendo ações da polícia, similares as condições e situações que vem acontecendo recentemente no Brasil, com ações de cavalaria e açoites, que eram os modelos de repressão da época. O slogan foi adotado com mais simpatia alguns anos depois.

Aqueles que vivem e participam da sociedade com comportamentos diferenciados, dos demais podem ser considerados e classificados loucos, desviados e descompensados, fora do ritmo ou do compasso do comportamento considerado normal pela psicologia e pela sociedade.  

Só os loucos enxergam resultado onde os sãos não enxergam o caminho diz a professora Mirna Santiago, uma petroleira. Com a velocidade do conhecimento e da informação é necessário inovar no campo científico ou social, quem sabe, se for necessário e conveniente, ser um louco, um maluco beleza como dizia Raul Seixas. Com ideias inovadoras e revolucionárias, quebrando conceitos e mudando paradigmas. Ainda Mirna Santiago: todos os grandes resultados foram conquistados pelos considerados loucos em suas épocas.

A Petrobrás hoje detém tecnologias de extração de petróleo em terra, no mar e em águas profundas. E ainda apoia e incentiva pesquisas alternativas em substituição a matriz energética do petróleo, com laboratórios próprios e investimentos em universidades. Desenvolve pesquisas na área de biodiesel, microalgas e biopeixe — São as novas fontes renováveis e cultiváveis de pesquisas e energias. A Petrobras é a multinacional brasileira campeã em inovação e tecnologia do petróleo.

Embora haja pesquisas indicando que Lampião não esteve na invasão à Mossoró, e que apenas parte do seu bando entrou ( ou tentou) na cidade, Lampião é tema de festa em Mossoró/RN. E o túmulo de Jararaca um cangaceiro que fez parte do grupo que participou na tentativa de invasão é um dos mais visitados no cemitério de Mossoró, há histórias e mistérios sobre a morte de Jararaca.

Muitos homens e mulheres foram condenados na época da inquisição. As cruzadas defenderam a Igreja com a espada. Galileu Galilei (1564 – 1642) fez uso do telescópio e causou uma revolução científica, mas ao afirmar que a terra girava em torno do Sol sofreu perseguições da Igreja.  

Por muito tempo o Brasil viveu um regime militar. E foi nas ruas com passeatas e comícios que os brasileiros conseguiram acelerar o fim do Regime Militar disse Janguiê Diniz, mestre e doutor em direito (cadaminuto.com). Jovens combateram um sistema ultrapassado.

Hoje na atual condição que vivemos podemos dizer que os movimentos contra o Regime Militar foram ordeiros e conseguiram seus objetivos. Mas lá naquele momento muitos foram caçados, perseguidos, presos e torturados, foram criticados e chamados de baderneiros, arruaceiros e comunistas.  Vivemos hoje a história daqueles vencedores. Só vivenciando o momento para afirmar algo a respeito.

Tiradentes que foi julgado e condenado na história, hoje é símbolo e patrono da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ). O tempo passa e as opiniões mudam. Aprendemos sempre nas escolas as histórias contadas pelos vencedores. Hoje já temos acesso a história contada pelos perdedores, sendo mais justo falar a história contada pelo  outro lado, uma nova versão, uma nova visão, um outro ponto de vista.

Santos Dumont foi um brasileiro inteligente e inovador. Um engenheiro cearense é considerado o inventor do biodiesel (década de 1970). Extremoz/RN faz pesquisas em um plano piloto sobre energias com microalgas.

O RN continua sendo um local estratégico (“Hug Bug do Amarante”. R. Cardoso: Jornal Metropolitano, Parnamirim/RN em 06/06/13), tal como na II Guerra Mundial, Rampa e Trampolim da Vitória, agora aeroporto de São Gonçalo e Barreira do Inferno. Mas só  Maestro oculto saberá o final da história e começos e recomeços de outras.
 
Maluco Beleza
Raul Seixas
 
 
 

 

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Natal - Parnamirim/RN ─  23/06/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
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Cientista Social
 
Jornalista Científico – FAPERN
Colunista de Informática em Revista
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)

 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Miscigenação do catimbozeiro


Miscigenação do catimbozeiro

 

Arqueologicamente falando o Brasil foi formado inicialmente por povos pré-históricos. Há vestígios encontrados e comprovados minimamente pelos sítios arqueológicos da Ilha de Marajó e na região de Santarém, na região Norte. Diversos outros sítios arqueológicos e inscrições rupestres podem ser são encontrados pelo país.

Historicamente narrando o Brasil foi formado por povos oriundos da África, povos indígenas nativos e pelos portugueses que aqui desembarcaram por volta do ano 1500 da Era Cristã, em naus e caravelas com uma cruz estampada nas velas. A história se incumbiu de fazer inserções e modificações culturais com migrações europeias e asiáticas. Economicamente o Brasil é um país novo no cenário mundial, de um mercado oscilante que depende de safras e climas, de situações políticas governamentais, de bolsas de valores e de bolsas de mercadorias internacionais.

Mas este mix de povos, economias e culturas, mais a diversidade religiosa mediante um processo histórico deu um ganho de cultura e aprendizado a partir dos múltiplos olhares. Foi menosprezado e diminuído por muitos, evitando e diminuindo o seu crescimento, mas sempre levantando, sacudindo a poeira e dando a volta por cima.

Exemplo melhor para o exposto acima é o jeitinho brasileiro de criar situações e soluções em casos extremos, como os vistos nos últimos dias. Movimentos de indigenização, onde se volta às raízes antigas com gestos ancestrais, criando tensões e conflitos para mudar o ambiente no qual  vivem, polêmicos, mas irresistíveis.

Ultimamente o país vem sofrendo, vivendo e convivendo com manifestações de diversas classes e etnias com diversas reivindicações e cobranças ao poder publico. Até na abertura de um jogo de futebol com um pais do outro lado do mundo e com destaque e transmissão internacional onde a presidenta foi vaiada pelo público presente no estádio. Estádios que vão se transformando em arenas.

O país vai ganhando espaço na mídia internacional, o espaço anteriormente ocupado por misérias e violências, escândalos e falcatruas vai se modificando e sendo ocupado por reivindicações populares.

Com a força policial utilizando de gás pimenta e gás lacrimogêneo logo apareceram outros temperos e produtos domésticos como antídotos contra efeitos de gases utilizados nas ruas, vinagre e produtos antiácidos. Talvez por falta de fornecedor ou de planejamento os manifestantes não revidaram com gás hilariante.

Todo poder autoritário gera em seu próprio modelo, recursos, estratégias e possibilidades de ser destituído.

 


Artigo publicado:

Jornal de HOJE

Natal/RN – 17/06/13

 
Natal - Parnamirim/RN ─  16/06/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
Cientista Social
Jornalista Científico
 
Sócio Efetivo do IHGRN
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